17 de junho de 2016

Organização global do ensino

É crucial partir de uma perspetiva global do ensino, para que nós, professores, possamos atuar de forma coordenada e lógica ao longo de todo um curso, um ano letivo e/ou uma unidade didática.
 Para que tal aconteça, pressupõe-se que tenhamos em linha de conta os problemas da sociedade, da escola e dos nossos alunos, assim como as ideias principais e as finalidades que pretendemos atingir.

Principais coordenadas da visão global do ensino

Não basta que nós, professores, tenhamos somente o conhecimento dos conteúdos programáticos que vamos lecionar e dos objetivos gerais da nossa disciplina. Uma visão global pressupõe a reflexão sobre outros aspetos indispensáveis à estruturação do processo ensino/aprendizagem, sendo que devemos ter em conta que existem três coordenadas básicas, em torno das quais se pode centrar a planificação do ensino:
  •  Esquema conceptual: fio condutor que ao longo de todo o processo ensino/aprendizagem, tem uma função unificadora impedindo a dispersão da aprendizagem por aspetos secundários ou sem interesse. Um mesmo esquema conceptual pode interligar entre si várias unidades didáticas. 
  • Capacidades a desenvolver: não podem surgir de forma aleatória, têm que constituir um todo orgânico, de acordo com o definido nos documentos curriculares orientadores da disciplina.
  • Os grandes problemas sociais em torno dos quais se irá desenvolver a aprendizagem: ao planificar as capacidades a desenvolver nos alunos, não podemos deixar de ter em conta os avanços da ciência que transmitimos e os aspetos sociais inerentes à preparação do aluno como futuro cidadão. Por exemplo, se estamos preocupados com o facto do nosso ensino corresponder a determinadas exigências científicas, teremos de escolher métodos de aprendizagem que permitam desenvolver nos alunos as necessárias capacidades intelectuais. Ao planear o ensino, é crucial ter também em conta os problemas sociais do nosso tempo de forma a sensibilizar os alunos para a sua solução.

Na nossa escolha, devemos ter em consideração as condições da escola, as características dos alunos e do ciclo de estudos em causa.
Penso que não deveremos centrar o processo ensino/aprendizagem apenas numa destas coordenadas, mas antes numa visão tridimensional do ensino que tenha em conta todos estes aspectos, embora pelas características, dos alunos, da escola ou dos conteúdos programáticos um deles possa, em determinados anos ser preponderante.

Bibliografia:
Cândida Proença, Didáctica da História, Lisboa, Universidade Aberta, 1989, p. 174-191.

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